Romantismo e Realeza: McQueen

Modelo: Iris Strubegger (Women). Foto: Christopher Moore
Modelo: Iris Strubegger (Women). Foto: Christopher Moore
Modelo: Karlie Kloss (Next). Foto: Christopher Moore
Modelo: Tanya Dziahileva (Marilyn). Foto: Christopher Moore

Nascido em 1969, Alexander McQueen estaria fazendo hoje, 17 de Março, 41 anos de idade…

Em sua última coleção prêt-a-porter Outono Inverno 2010, quis trazer de volta a manualidade que tanto amava, assim como as coisas que se perderam na trajetória da Moda.

Nesta coleção, ele olhou para a arte da Idade das Trevas, mas nela encontrando luz e beleza. O que MacQueen preparou tem a beleza poética e medieval ligada à iconografia religiosa, também resgantando lembranças de suas coleções anteriores. Ele encomendou tecidos com fotos digitais das pinturas dos anjos das igrejas e, demônios de Bosch, nos jacquards feitos à mão. Na narrativa das superficies adornadas, que pode ser interpretada como uma revolta contra os padrões que a moda tem adotado, de maneira própria, com linhas suaves em seus vestidos longos, sugere calma e simplicidade. Ao invés de agressividade, eles transmitem a graça das Madonas medievais e imperatrizes bizantinas, que McQueen estava estudando.

Imagens: Style.com

Poesia como alfaiataria


Coleção Alexander McQueen 2009. Modelo: Diana Farkhullina (IMG). Foto: Don Ashby & Olivier Claisse. Style.com

Escrevo como um alfaiate
Que sabe de cor as medidas do teu corpo
E lhe sobra pano a toda a palma
Para te desabotoar absorto

Sou o que de ti fica quando parte
Estranha alegria no regresso
Escrevo como um artesão a alma
Mesmo que morra em cada verso

E quando assim te digo e costuro
Quase penso que consigo
Ir mais além e roçar a arte
E gizar neste atelier de palavras o futuro

Lembras-te quando te vestia de luar
Prendia estrelas no tecido da tua pele
E te pedia que me ensinasses a voar?

Nosso amor era como hoje branco como papel
Em cada palavra me descubro
E ainda te chamo
Tudo por dizer do que te amo
Que não finda de tão rubro.

José Ilídio Torres

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/

Dia Internacional da Mulher

Em homenagem ao dia Internacional da Mulher, elegemos Stella McCartney que, em Paris, apresentou uma coleção que não é aquela restrita a um grupo feminino particular. Mas sim, democrática para todos os biotipos. Simples, refinado e elegante são os três termos que podem definir esses looks que enaltecem a força do espírito feminino.

A construção dos looks acima, mais uma vez em alfaiataria. Impecável. Bem cuidado. A arte da modelagem e a costura com precisão geométrica. A tecnologia têxtil, no tecido externo, nos forros, na diversidade de entretelas aliadas à técnica promovem a estrutura e o caimento… divinamente belo: assim é e assim faz sentir a Mulher que o veste.

Imagens: Style.com

Alfaiataria

Coleção Jean Paul Gaultier. Prefall 2010. Modelo: Thana Kuhnem. Photo: Style.com

A alfaiataria caracteriza-se pela utilizacão de técnicas avançadas e materiais especiais para modificar a superfície plana de um tecido num vestuário com estrutura e forma. Blazers e Casacos são moldados às curvas e contornos do corpo. Com a utilização de entretelas criam-se formas permanentes em golas e lapelas. Ombreiras, cabeças de manga e fitas complementam a entretela, para forma e estrutura adicionais. A cuidadosa passadoria também estabelece uma nova forma. O forro cobre a construção interna para dar durabilidade e facilitar o deslisamento ao vestir sobre outra peça de roupa.

A técnica da alfaiataria dá os diversos elementos em estruturação e estabilização da forma. Esse conhecimento permite a solução de situações diversas na grande gama de possibilidades de modelos de roupas, desde versões contemporâneas de blazers e casacos, até peças elaboradas onde se misturam as técnicas de alfaiataria com as técnicas de alta-costura.

Fuchic Couture

foto: Monica Feudi/Gorunway Modelo: Elsa Sylvan/Viva site: Style.com

Chanel, na coleção de Alta Costura, Primavera 2010, cujo diretor criativo é Karl Langerfeld apresentou, em alguns looks, o nosso tão conhecido fuxico.

Carlos Miele, por sua vez, tem utilizado o fuxico há um bom tempo, sendo um dos elementos de identidade de sua marca. O grande exemplo é o seu clássico tomara-que-caia longo com algumas centenas de fuxicos.

É uma técnica simples, que quando bem utilizada, considerando as diversas combinações de tipos de tecidos e seus diferentes pesos, estampas e construções têxteis, criam grandes efeitos.

Exige um bom trabalho no desenvolvimento.

Simples e gracioso!

foto: Marcio Madeira Modelo: Barbara Berger site: Style.com

Simone Nunes: Moulage e São Paulo Fashion Week Inverno 2010

detalhes
a divindade está nos detalhes

toques finais
instrumentos do processo
materiais que concretizam ideais
fazendo a barra da calça
a união de muitas mãos constroem o belo
Costanza Pascolato e Simone Nunes no backstage do SPFW
Lilian Pacce entrevista Simone Nunes

conferindo detalhes

Simone Nunes, na edicão de Inverno 2010 do São Paulo Fashion Week, traz diversas referências. Pluraridade, multiplicidade, simultaneidade e feminilidade tem sido sua identidade como designer. Entre outros, também inspirou-se no trabalho da ilustradora Amy Cutler.  Amy apresenta imagens enigmáticas de mulheres e animais em atmosfera onírica. Esses animais e as mulheres, ora com cabelos inimaginados, são elementos da coleção de Simone. Os animais aparecem nos acessórios. E os cabelos surgem na forma de finíssimos e delicados drapeados.
fotos: nelson kume